Os Ginásios Experimentais Tecnológicos (GET) são a aposta em inovação do ensino da Secretaria Municipal de Educação. Em consonância com iniciativas de outras partes do mundo, inspirados por pesquisas de universidades como Stanford e Columbia, a premissa do novo modelo é que o conteúdo didático seja abordado a partir de questões e necessidades reais, vividas e trazidas pelos próprios alunos.
Os colaboratórios, que são o coração do modelo, são espaços que convidam os alunos a pensar propostas inovadoras e criativas, em que o método “cultura maker”, mais conhecido no Brasil como “mão na massa” dá o tom. No GET, o estudante está em evidência.
“O aluno deve ser o protagonista. Vamos incentivar sua criatividade, estamos pensando e começando a criar os estudantes e cidadãos do século XXI, sensíveis ao seu entorno, criativos, capazes de resolver problemas complexos e trazer melhorias para a comunidade”, diz o Secretário de Educação Renan Ferreirinha.
Modelos similares ao do GET, até então, só eram encontrados em colégios da elite da rede privada carioca e agora começam a ser oferecidos para alunos da rede municipal. Além da grade curricular normal, que será seguida regularmente, o GET trabalha com STEAM, sigla em inglês para a abordagem que integra diversas áreas do conhecimento e combina Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Tudo isso de maneira interdisciplinar.
“Nós temos muitos desafios antigos para resolver hoje na educação carioca. O tempo inteiro, estamos ocupados trabalhando muito pela manutenção das escolas, pela valorização dos servidores e pela garantia de material de qualidade para nossos alunos. Os desafios do presente já são muitos, mas não podem nos impedir de olhar para o futuro”, diz o secretário municipal de educação Renan Ferreirinha.
Unidade Elza Soares, a mulher que inovou até o fim
O primeiro GET, localizado no bairro do Rocha, na Zona Norte do Rio, foi batizado de Elza Soares, a mulher que inovou até o fim, e será inaugurado neste 23 de março. No início, 200 alunos do ensino fundamental serão atendidos no espaço em turno único. Ao longo do ano, a previsão é que três unidades adotem o modelo. Até 2024, a cidade deve ter 22 novos ginásios prontos, que atenderão alunos de todas as idades da rede municipal.
Como funciona o GET na prática?
Pode parecer difícil entender de que forma os alunos podem resolver problemas de suas vidas e comunidades em um GET, mas só parece. A rede de ensino do Rio, inclusive, já tem alguns exemplos práticos que ajudam a compreender a essência dos ginásios.
“Existe uma escola em Acari onde os alunos têm uma grande questão com um rio que passa por lá e muitas vezes transborda e inunda tudo. O professor fez um trabalho de entender com a turma qual a importância daquele rio, os motivos pelos quais ele transborda, os efeitos que causa. Essa problemática foi conectada com ciências, geografia e até robótica, e eles desenvolveram um protótipo que faz com que soem alarmes quando o nível do rio chega a um estágio perigoso”, explica Guilherme Cintra, assessor especial em Tecnologia e Inovação que está à frente do projeto.
Errar é humano (e até desejado)
Para que um método como esse possa ser implementado, toda a lógica de atuação dos professores deve mudar. “Os professores vêm sendo formados aqui para permitir que as explorem mais e aprendam com seus erros. No GET, os alunos são instigados a acharem as próprias respostas”, explica Andrea Barreto, da Coordenadoria de Educação Integral e Extensão Curricular, da SME.
E para quem é o GET? Para todos. Não há distinção de alunos que possam se inscrever em uma das escolas.“Existem alunos que dependem de diferentes estímulos no processo de aprendizagem. O GET é uma oportunidade da rede de oferecer novas abordagens para os alunos, permitindo novos caminhos e voos ainda mais altos”, diz Andrea.
DECRETO RIO Nº 50434 DE 23 DE MARÇO DE 2022 – Cria o Programa Ginásio Experimental Tecnológico no âmbito da Secretaria Municipal de Educação e dá outras providências.
FOTOS
Get Elza Soares – primeiro dia de aula
GET Coelho Neto
GET Cardeal Leme