A Prefeitura do Rio finalizou a consulta pública a respeito da proibição de celulares durante todo o horário escolar. Após um mês, a Secretaria Municipal de Educação recebeu mais de 10 mil contribuições da população. Foram 83% de respostas a favor da proibição do uso do aparelho e 6% contrárias. E 11% das respostas foram parcialmente favoráveis.
Em agosto de 2023, foi publicado um decreto proibindo o uso dos aparelhos dentro da sala de aula. A consulta pública foi lançada em dezembro, pois a Prefeitura estuda a extensão da medida e banir os celulares de todos os ambientes escolares. O principal caminho considerado é que os alunos não usem o aparelho nem nos intervalos entre as aulas e nem no recreio.
“Foi muito importante ter aberto essa discussão e recebermos diversas contribuições para tomarmos a decisão mais acertada. Professores, famílias, e a sociedade em geral, têm cada vez mais consciência do uso excessivo do celular e das redes sociais. No Brasil isso é ainda mais acentuado, vivemos hoje uma epidemia de distrações. E nós estamos muito preocupados com isso. Não se trata de ser contra a tecnologia, mas de utilizá-la de forma consciente e responsável. Queremos preservar a principal vocação da escola: ser um lugar de aprendizagem e de convívio social entre os alunos. Sem celular, sobra tempo para aprender e conviver na escola, dois aspectos fundamentais para o desenvolvimento de qualquer criança”, afirma o Secretário Municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.
O banimento leva em consideração diversos estudos. O mais recente foi o do PISA, a maior avaliação mundial de estudantes e realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados com base no PISA revelaram que 65% dos alunos relataram serem distraídos pelo uso de dispositivos digitais em pelo menos algumas aulas de matemática. A proporção ultrapassou 80% na Argentina, Brasil, Chile, Finlândia, Uruguai, entre outros países. Além disso, 45% dos alunos relataram sentir-se nervosos ou ansiosos se seus telefones não estão perto deles, em média, nos países da OCDE.
O próximo passo da Secretaria é analisar todas as contribuições recebidas, consolidar os dados e definir as novas medidas a serem tomadas.