Alunas e alunos são convidados a debater a violência doméstica e a pensar uma educação igualitária
Nem flor, nem bombom. O Dia Internacional da Mulher será celebrado na Secretaria Municipal de Educação lembrando a luta das mulheres para conseguir espaço, com debates sobre um assunto sério: a violência de gênero. Uma roda de conversa e uma oficina foram pensadas para debater o tema com os alunos da rede, convidando à reflexão sobre essa questão, que afeta toda a sociedade. O evento acontece no Palacete Princesa Isabel, em Santa Cruz.
E não faltam motivos para falar disso. Na última semana, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que o Brasil está, em 2023, sofrendo um aumento na violência de gênero. O estudo mostra que uma em cada três mulheres brasileiras (33,4%) com mais de 16 anos já sofreu violência física e/ou sexual por parte de parceiros. Esse número é maior que a média global, que fica em 27%.
A programação deste dia 8 foi pensada para debater essa questão, dividindo o público em diferentes grupos. Os alunos são convidados para um debate na roda de conversa: “O papel dos meninos no combate a violência doméstica”, que contará com a presença e a participação do secretário de educação Renan Ferreirinha.
“A gente idealizou esse papo com muito cuidado, porque a violência contra a mulher é um problema muito grave. Temos um compromisso muito grande com a formação cidadã e, como maior rede municipal da América Latina, a gente tem a responsabilidade de falar sobre temas como o racismo e a equidade de gênero, essas são bandeiras muito caras para a gente”, diz Ferreirinha.
Já as alunas são convidadas a participar de uma oficina para pensar no protagonismo das meninas nos movimentos sociais. A mesa contará com Marcela Barros (GIRL UP), Antonia Leite Barbosa (Agenda carioca) de Camila Sant’Anna(Lidere-se).
Outra programação do dia 8 é a Mesa Mulheres no Samba. Em um meio dominado pelos homens, elas brilham. E contam para as alunas os desafios que encaram diariamente para para estar onde estão. Evelyn Bastos (Rainha de bateria da mangueira), Rafaela Bastos (Musa da Mangueira e presidenta da Fundação João Goulart), e Laisa Lima (Diretora de tamborins na bateria da Beija-flor e mestra de bateria da Acadêmicos de Jacarepaguá) marcam presença e convidam as meninas da rede a pensar as estruturas de gênero dentro do samba.
Livres para estudar
A Secretaria Municipal de Educação tem um compromisso permanente com a equidade racial e de gênero. O movimento Livres para Estudar, já consagrado por distribuir gratuitamente absorventes higiênicos na rede municipal, ganha no dia 8 uma cartilha, repleta de informações sobre menstruação e saúde íntima que servirão como um guia para tirar dúvidas das estudantes que menstruam.
“Primeiro, a gente forneceu os absorventes, para evitar que elas deixassem de ir às aulas por falta desse item básico. Agora, a gente tá instrumentalizando nossas meninas com bastante informação para que entendam que a menstruação é um processo natural e para que possam entender melhor o próprio corpo”, explica Carol Guedes.
Fotos Alice Rodrigues