O evento também foi marcado pela lembrança das leis que foram criadas a partir da luta dos pais que perderam seus filhos. A Lei nº 13.277, de 2016, instituiu o dia 7 de abril como o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Em 2018, A Lei nº 10.162, acrescentou a expressão “Anjos de Realengo”.
“É muito importante a gente honrar a memória desses jovens perdidos precocemente e também das pessoas que transformaram a dor delas em coragem e energia para espalhar o amor. Essa transformação está sendo feita aqui de uma forma concreta, não só através de leis, com ações de conscientização e prevenção contra o bullying. Essa escola é um exemplo de como a gente pode transformar a dor em coragem”, afirma o Secretário Municipal de Educação, Antoine Lousao.
Doze balões em formato de estrelas em homenagem aos 12 alunos que sofreram o ataque na escola foram soltos com o objetivo de levar uma mensagem de paz para todos. O evento contou também, com o Padre Omar, reitor do Santuário do Cristo Redentor.
“São 11 anos na luta para que a morte desses jovens não seja em vão e para que outras crianças possam se beneficiar de uma educação melhor. É um trabalho de prevenção para evitar que aconteça novamente o que aconteceu aqui. Falo o tempo todo da importância da lei, para que tenhamos uma semana de atividades, com roda de conversa e palestras, orientação para nossas crianças e acolhimento”, explica a Presidente da ONG Anjos de Realengo, Adriana Silveira.
A homenagem aconteceu na Praça Anjos da Paz, próxima a unidade escolar e no encerramento 1000 balões de gás na cor verde, simbolizando a esperança, cruzaram o céu.
Sobre as leis
A Lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying); e a Lei nº 13.663, de 14 de maio de 2018, que altera o art. 12 da LDB para incluir a promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), e a promoção da cultura de paz entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino.
Bullying
Em 2019, foi publicada a pesquisa ‘Violência escolar e bullying: relatório sobre a situação mundial’, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Ela indica que o bullying, considerado um tipo de violência, é definido antes como um padrão de comportamento do que um evento isolado, e exerce um impacto negativo na vítima, no agressor e nas testemunhas.
O bullying foi definido como “um comportamento indesejado e agressivo entre crianças em idade escolar que envolve um real ou percebido desequilíbrio de poder. O comportamento é repetido ou tem o potencial para ser repetido ao longo do tempo” O bullying ou o cyberbullying constituem preocupações cruciais para crianças e adolescentes.
A violência escolar e o bullying ocorrem em todo o mundo e afetam uma proporção significativa de crianças e adolescentes. Estima-se que, todos os anos, 246 milhões de crianças e adolescentes sofrem algum tipo de violência escolar e bullying.
Fotos: Roberto Araújo