Crédito: Alan Costa
Entre duas escolas que atravessaram um século de histórias na Gávea, surge agora um novo ponto de encontro: a instalação pública Jogo de Conversa, criada pela artista Carol Chediak. Localizada na Rua Orsina da Fonseca, exatamente no trecho que separa e, ao mesmo tempo, conecta as Escolas Municipais Júlio de Castilhos e Manoel Cícero, a obra marca os 100 anos de existência das duas unidades da Rede Municipal de Ensino.
A instalação é composta por duas cadeiras escolares em aço corten, inspiradas no mobiliário utilizado pelos estudantes das escolas. Ao serem deslocadas para o espaço urbano e colocadas frente a frente, as cadeiras convidam à pausa e ao diálogo, criando um ponto de encontro aberto à comunidade.
O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, ressalta o papel da arte na aproximação entre escola e cidade: “A obra da Carol é super simbólica e vem ao encontro do que a gente vem realizando na Secretaria, que é permitir que a criançada possa estar em contato uns com os outros. Acredito muito que a escola é um local de criança estar estudando, prestando atenção no professor, se divertindo, brincando, conversando e interagindo olho no olho”, completa Ferreirinha.
O uso do aço corten — material que reage ao ambiente e se transforma com o tempo — acrescenta à obra um sentido de permanência e mudança, elementos que também fazem parte da história de instituições escolares que atravessam gerações. Ao inverter a disposição tradicional das cadeiras em sala de aula, Jogo de Conversa propõe uma experiência de presença e troca, celebrando o percurso das duas unidades centenárias e evidenciando a escola como espaço de convívio, relação e construção conjunta.
Carol Chediak, a artista responsável pela instalação, explica de onde veio a inspiração para a criação da obra: “Sou uma artista da ação. Trabalho há quase 10 anos dentro de escolas, não como professora, mas como uma artista interessada em escutar, aprender, trocar e criar junto. O meu interesse está no processo e como ele pode ser transformador para as pessoas envolvidas naquele encontro. A instalação veio de dinâmicas de escuta que eu faço dentro das escolas, mas também é um desdobramento de uma caminhada de 20 anos na construção de uma arte interessada nas dimensões e invisíveis desses encontros”, diz Carol.












