Por uma escola que vá além do conteúdo didático
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Uma escola deve ser capaz de ensinar muito mais do que conteúdo didático. Em nossas salas de aula, temos o dever de ensinar respeito e cidadania. Somos a maior Secretaria Municipal de Educação da América Latina e temos, portanto, um desafio imenso na formação de mais de 650 mil cidadãos. Pensamos diariamente nessa imensa responsabilidade e trabalhamos muito para isso.
A nossa Gerer, Gerência de Relações Étnico-Raciais, é um projeto essencial nesse ponto. Por meio da Gerer, buscamos combater o racismo de maneira transversal, desde a primeira infância até os últimos anos do ensino fundamental. Em todo o nosso material didático, temos personagens negros, de diferentes tons de pele, com diferentes cabelos.
Nossos livros mostram o Rio de Janeiro que é a realidade de muitos dos nossos alunos. Falamos de comunidades, como a Mangueira, de bairros como Madureira, de pontos de diversão periféricos como o Parque Deodoro. Um material cuidadosamente elaborado com o propósito de enaltecer a história e a cultura negras e a geografia de toda a nossa cidade.
Sou de São Gonçalo, carioca da clara, e quando eu era estudante, sempre que via uma representação da cidade do Rio, eu via o Rio dos cartões postais. Um Rio muito distante da minha realidade. Hoje, nos livros da rede municipal, a cidade maravilhosa é retratada de forma múltipla e diversa. Nossos alunos se reconhecem naqueles locais. E isso impacta diretamente na aprendizagem. Acreditamos na diversidade e na representatividade como formas eficazes de fazer com que nossos alunos aprendam mais. Além de português, matemática ou outras disciplinas, eles devem aprender o valor da cultura, o orgulho do lugar de onde vêm.
Constantemente, pensamos em uma Educação que promova oportunidades melhores para todos. E, para isso, precisamos colocar nossas meninas em condição de igualdade. Criamos o programa Livres Para Estudar, que garante a distribuição gratuita de absorventes íntimos em todas as escolas da rede, para que nenhuma menina deixe de ir à aula pela falta desse item básico.
Muita gente faz pouco caso desse problema – há até quem faça piada, mas não deveria. Já recebemos na SME relatos estarrecedores de situações vexatórias que impediram que nossas alunas fossem à escola simplesmente porque estavam menstruadas. Estamos acabando com essa história. Já distribuímos mais de 13 milhões de unidades de absorventes. Eficiência a serviço do aprendizado e da dignidade de nossas meninas.
São muitos os desafios enfrentados diariamente, mas aqui há trabalho duro, inovação, ética, motivação e dedicação pelo interesse público. Bora fazer muito mais e promover uma Educação capaz de levar nossos alunos além!
Renan Ferreirinha
Secretário Municipal de Educação.