
Pesquisa inédita da Universidade de Stanford comprova ganhos também em Língua Portuguesa
Alunos da rede municipal do Rio aprenderam em média 25,7% mais em Matemática e 13,5% mais em Português no ano letivo de 2024. O ganho médio corresponde a um bimestre a mais de aprendizagem. Esses números revelam o impacto positivo da proibição dos celulares na aprendizagem dos estudantes, após o primeiro ano de vigência do decreto pioneiro que baniu os aparelhos inclusive durante as aulas e recreios nas escolas municipais. Os indicadores apontam avanços à medida que a política pública se consolida, bimestre a bimestre.
“Os dados comprovam aquilo que a gente já vinha percebendo nas escolas: quando o celular deixa de ser uma distração, o foco na aprendizagem aumenta. A decisão de proibir o uso de celulares em sala de aula e durante os recreios foi baseada em evidências, e agora temos resultados concretos que mostram o impacto positivo dessa medida. Educação de qualidade exige coragem para tomar decisões que fazem diferença na vida dos nossos estudantes. Estamos construindo uma rede que prioriza o conhecimento, o vínculo entre professores e alunos, e o bom uso do tempo escolar”, afirmou o secretário Renan Ferreirinha.
A Secretaria Municipal de Educação e a Universidade de Stanford, representada pelo pesquisador Guilherme Lichand, da Graduate School of Education, firmaram uma parceria para avaliar a mudança de comportamento nas escolas cariocas. Foram ouvidos 919 diretores de unidades com ensino fundamental, o que corresponde a 90% da rede neste segmento. A metodologia isolou o efeito da proibição dos celulares de outras mudanças que também poderiam ter influenciado a aprendizagem. Assim, foi possível uma avaliação mais precisa revelando a melhora do resultado relacionada especificamente ao decreto municipal.
Segundo Guilherme Lichand, “O estudo mostra que a política — que em 2025 passou a valer para todo o país — tem real potencial de impulsionar a aprendizagem. A parceria entre Stanford e a Secretaria Municipal de Educação do Rio foi fundamental para promover um debate ativo não só no Brasil, mas no mundo, sobre o uso responsável de tecnologias por crianças e adolescentes”.
O decreto municipal que proíbe o uso de celulares nas escolas das redes pública e privada do Rio está em vigor desde o primeiro dia do ano letivo de 2024. A decisão pioneira foi tomada em conformidade com diagnósticos profissionais e pesquisas nacionais e internacionais, incluindo relatório da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Após a medida no Rio, o secretário Renan Ferreirinha se licenciou do cargo para se dedicar à causa no Congresso Nacional como deputado federal. Ferreirinha foi o relator da lei federal 15.100 de 2025, que proíbe celulares em escolas de todo o país, posteriormente sancionada pelo presidente Lula.












